COMARCA DE APODI
O termo Judiciário do Apody foi
criado pela Resolução Provincial de 14 de maio de 1834, que foi instalado em 22
de agosto de 1835, subordinado a Comarca de Assu (A primeira do interior
potiguar criada pela Lei Provincial nº
13, de 11 de março de 1835, sancionado pelo presidente Basílio Quaresma Torreão) e da Maioridade,
atual cidade de Martins (criada pela Lei Provincial nº 71, de 10 de março de
1841, que teve como primeiro juiz de
direito o dr. João Valentino Dantas
Pinagé), e passou a fazer parte da de Mossoró (criada pela Lei Provincial
nº 499, de 23 de maio de 1864, que teve
como primeiro Juiz de Direito o dr. João Quirino Rodrigues da Silva), até que a
Lei Provincial nº 765, de 15 de setembro
de 1875 criou a comarca de Apodi, instalada em
11 de setembro de 1876, que teve como primeiro Juiz de Direito o Dr.
Lodolfo Herculano Marinho Falcão, tendo como
juiz municipal e de órfãos o dr. Adelino da Silva Pinto, cujo cargo foi
criado pelo Decreto de 24 de dezembro de 1875, e como primeiro promotor público
dr. Francisco Octaviano da Nóbrega, o primeiro escrivão foi o dr. Joaquim José Carlos de Noronha, que
havia assumido o termo judiciário em 14
de agosto de 1854. O primeiro oficial de Justiça foi a pessoa de José Filomeno.
Antes de ser criada a Comarca de
Apodi, nossa Vila já existia o Juiz
Municipal, que teve como primeiro titular o major Elias Antonio Cavalcante de Albuquerque Capitão, que exerceu esse cargo por vários
anos.
APODI ANTES
DE SER SEDE COMARCA
Apodi antes
de ser sede de comarca possuía um Juizado Municipal instalado em 1843, que teve
como primeiro Juiz Municipal o major Elias Antonio Cavalcante de Albuquerque,
que passou esse cargo para o coronel Vicente Ferreira Pinto. Eis os Juizes
Municipais que passaram pelo Juizado Municipal de Apodi:
OS JUIZES
MUNICIPAIS:
01 – Major
Elias Antonio Cavalcante de Albuquerque
02 – tenente
Vicente Ferreira Pinto Júnior, filho
do Coronel Vicente Ferreira Pinto (23/07/1787 – 15/06/18470, Joaquina Mariana
de Jesus, casado com Maria Clara Alves Ferreira Cavalcanti, filha de Domingos Alves
Ferreira Cavalcante e de Maria Joana do Espírito Santo. Pai do Coronel Antonio
Ferreira Pinto (25/05/1835 – 04/08/1909), chefe político em Apodi e exerceu a
presidência da Intendência Municipal de Apodi por vários anos
03 - MANOEL
ANTONIO DE OLIVEIRA CORIOLANO, natural de Apodi, nascido a 5 de janeiro de
1835 e faleceu em sua terra natal no dia 28 de dezembro der 1922. Era casado com Maria Coriolano Mota. Durante
meio século seu nome correu todo o oeste da Província e Estado, era o cronista
do sertão, o historiador inédito mais diário, o sabedor das tradições, o homem
que tudo observava, retinha e anotava nos cadernos de papel almaço, tornando-se
famosos nas “ribeiras” como as actas dera do desenvolvimento social,
folclórico, político e religioso da região. Pertenceu a uma geração
desaparecida de anotadores desinteressados pela divulgação dos anseios.
Manoel Coriolano pertenceu a essa raça e que se extinguiu
quase inteiramente e jamais se renovará. Escreveram com letras graúdas e
lançadas, quatro livros inteiros sobre a História do Apodi, terra nevoenta de
tradições sugestivas, núcleo irradiante de fazendas, zona que partiu para criar
municípios como numa divisão fecunda de polipeiros. Não é possível caminhar-se
na História do oeste norte-rio-grandense sem consultar Manuel Coriolano, seja
qual for o aspecto fixado. Era esse Cicerone de Apodi, como lhe cognominava
“MISCELÂNEA”. Jornalzinho do Natal, em seu número 12, de 1898. “Eis em ligeiros
traços, a vida de um destes homens cuja inteligência excepcional perde-se no
recôncavo culto do alto sertão, onde apenas o mugir da vaca e o relinchar do
cavalo”.
Manoel
Antonio exerceu cargos locais, na promotoria pública, eleitor de paróquia,
especialmente na advocacia, onde se afirmou como um legítimo tribuno do povo,
aceitando causas que afetavam interesses prestigiosos, não recusando fazer
acusações que se tornaram citados como atitudes de sua coragem pessoal.
Uma vida áspera, difícil e cheia de episódios atordoadores.
Criança, não podendo estudar, vinha esperar na estrada os viajantes, munido de
papel e tinha, suplicando que traçassem para ele os traslados. Aprendeu a ler
sem mestre e, tendo conseguido um livro, deleitava-se de tal forma com a
leitura que, mandado vigiar uma lavoura de milho, deixou que as maracanãs a
devorassem, absorvidas nas folhas impressas, Ildenfonso Alves Maia, mestre-escola
em outubro de 1844, ensinou alguns princípios. Mudando-se para a Vila em 1855,
Coriolano estudou com o Padre Florêncio Gomes de Oliveira, rudimentos
gramaticais. Daí em diante é um autodidata, sardento de curiosidade, revolvendo
arquivos, tendo de memória livros inteiros, sabendo de cor centenas de
registros de nascimento, casamento, das famílias tradicionais do Apodi. Durante
a guerras do Paraguai foi recrutado. Era conservador e o delegado de polícia
figurava no partido Liberal. Depois de dois meses de luta, Coriolano voltou,
livre com as desculpas do presidente Olinto Meira, cioso dos códigos e
distribuidor de justiças. Rara seria a
eleição tumultuosa
Impossível deixar de admirar as cópias
extensas e informes sistematizados por Oliveira Coriolano sobre as terras de
Apodi, compreendendo Caraúbas, Mossoró, Macau (Biografia extraída do livro
“APODI, SUA HISTÓRIA”, do saudoso Valter de Brito Guerra, Coleção Mossoroense,
ano 2000, páginas 87, 88 e 89).
04 – SEBASTIÃO CELINO DE OLIVEIRA PINTO, nascido no sítio Foveiro, à época pertencente
ao município de Apodi, e hoje, no de Severiano Melo, em 18 de junho de 1819.
Era conhecido popularmente pela alcunha de CAPITÃ0 TATÃO DA PONTA”, filho de Vicente Ferreira
Pinto e de Francisca Barbosa de Amorim.
Era casado com Josephina de 0liveira (falecida em 25/5/1869), com quem teve a
seguinte prole: CLAUDINA MARIA DE OLIVEIRA, nascida em 5 de agosto de 1847,
casou-se em 18 de agosto de 1865, com o coronel Antonio Ferreira Pinto
(25/5/1835 – 4/8/1909), filho de Vicente Ferreira Pinto e Maria Clara Alves
Ferreira Pinto; CORONEL LUIZ BENÍCIO DE OLIVEIRA PINTO (LUCAS DE TATÃO) – ESTE
FOI O FUNDADOR DA POVOAÇÃO DE MALHADA VERMELHA EM 1880, O QUAL ERA DONO DE UMA
GRANDE PROPRIEDADE RURAL -, nascido em no sítio Foveiro, Apodi-RN, no dia 18 de
agosto de 1849 e faleceu em 25 de julho de 1919; SEBASTIÃO CELINO DE OLIVEIRA
PINTO FILHO, nascido no sítio Foveiro, no dia 19 de junho de 1851, casado com
Maria Amância Bezerra. JOÃO JÁZIMO DE OLIVEIRA PINTO, nascido em 26 de agosto
de 1855, casado com Isabel Sabina (BEBELA DE JOÃO JÁZIMO). Foi deputado
provincial em dois mandatos e Intendente Municipal de Apodi, no período de
1920/22. Faleceu em 30 de março de 1926.
SEBASTIÃO CELINO foi uns dos
16 eleitores da Paróquia de Apodi, cujo cadastramento foi realizado por determinação
do Imperador Dom Pedro II, em 1876. Câmara Cascudo
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